Câmara Municipal de Gondomar

AAPM aposta nos “estudos contínuos acerca das problemáticas emergentes nas áreas sociais”
publicado a 16 de Abril de 2015

A atuação do poder local deve imperar pelo estabelecimento de articulações e sinergias com as várias instituições e entidades localizadas no seu território, tendo uma função facilitadora e parceira no estabelecimento dessas parcerias.

Neste contexto, a Câmara Municipal de Gondomar, no sentido de erigir uma sólida e marcada parceria com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s), entende que os vínculos de proximidade se devem pautar pelo aprofundado conhecimento das dinâmicas das IPSS’s, suas motivações, constrangimentos, potencialidades e perspetivas futuras.

É neste contexto que a cada segunda-feira será publicada uma entrevista com os gestores/Presidentes de Direção das instituições sociais, com o intuito de se recolher informação relativa à perceção inerente às IPSS’s que dirigem.

MANUEL ARMANDO BILTES GARCIA LOPES (PRESIDENTE DA DIREÇÃO)

No âmbito da área de atuação da Instituição que dirige, quais as principais motivações para a intervenção social no Município de Gondomar?
As principais motivações da AAPM prendem-se com a sua própria finalidade estatutária, que passa por promover, defender e enaltecer por quaisquer meios legalmente permitidos os valores básicos da dignidade humana e social através da prática da solidariedade social no seio dos mais desfavorecidos.

Contextualizando a intervenção da vossa Instituição a um nível concelhio e supraconcelhio, quais considera ser as principais potencialidades?
As principais potencialidades da AAPM passam por estar integrada há largos anos num meio socioeconómico bastante desfavorecido, bem como a experiência técnica e associativa dos seus recursos internos e direção quanto ao trabalho a desenvolver-se com públicos desfavorecidos. Outra potencialidade da Associação é o largo conhecimento dos contextos locais caracterizadores do público-alvo, bem como estudos contínuos acerca das problemáticas emergentes nas áreas sociais, tentando trabalhar numa lógica de prevenção.

Na sua opinião existem constrangimentos à intervenção da vossa Instituição? Se sim quais e a que níveis?
Os principais constrangimentos da AAPM prendem-se com as seguintes questões: Limitações financeiras que advêm de a AAPM subsistir apenas com donativos de associados e amigos, e subvenções da Junta de Freguesia, Câmara Municipal e Segurança Social; as infraestruturas serem bastante limitadas, nomeadamente para a concretização de um projeto concreto de alargamento das valências da associação, particularmente, o desenvolvimento da valência de centro de convívio e serviço de apoio domiciliário, fundamental na freguesia em que está inserida; e, o equipamento informático obsoleto.

Perspetivando a intervenção e a atuação da instituição a médio e longo prazo, quais são os vossos principais projetos? De que forma pretendem dinamizá-los?
Neste momento a AAPM desenvolve as suas atividades na área social, nomeadamente: o Centro de Atividades de Tempos Livres Padre Moura, que recebe, durante todo o ano, crianças, consideradas de risco, com graves problemas familiares, que se refletem quer no seu aproveitamento escolar, quer no comportamento social; o Gabinete de Inserção Profissional, que apoia jovens e adultos desempregados na reinserção no mercado de trabalho; o Fundo Europeu de Auxílio aos Carenciados, sendo a AAPM instituição mediadora neste programa, que é uma ação anualmente promovida pela Comissão Europeia e que adota um plano de atribuição de recursos aos Estados Membros, para o fornecimento e distribuição de géneros alimentícios provenientes das existências de intervenção a favor das pessoas mais necessitadas da União Europeia; a AAPM promove igualmente o desenvolvimento diário de boas práticas no Agrupamento Habitacional do Crasto.

As alterações verificadas na sociedade, especialmente de índole demográfica e familiar, como o progressivo envelhecimento da população, os indicadores referentes à exclusão social, as mudanças na estrutura familiar e a extensão crescente dos direitos de cidadania, tornam imperativa a implementação de intervenções que se ajustem a estas mutações sociais. Assim, de forma a responder a esta necessidade, os principais projetos da AAPM passam por criar uma resposta social transversal para os seniores, que abranja as valências de centro de convívio e serviço de apoio domiciliário – sendo este último identificado como o mais urgente -, com vista a promover a autonomia, a integração social e a saúde dos mesmos.