Câmara Municipal de Gondomar

Centro Social do Soutelo quer “intervenção que gera compromissos negociados”
publicado a 4 de Agosto de 2015

A atuação do poder local deve imperar pelo estabelecimento de articulações e sinergias com as várias instituições e entidades localizadas no seu território, tendo uma função facilitadora e parceira no estabelecimento dessas parcerias.

Neste contexto, a Câmara Municipal de Gondomar, no sentido de erigir uma sólida e marcada parceria com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s), entende que os vínculos de proximidade se devem pautar pelo aprofundado conhecimento das dinâmicas das IPSS’s, suas motivações, constrangimentos, potencialidades e perspetivas futuras.

É neste contexto que a cada segunda-feira será publicada uma entrevista com os gestores/Presidentes de Direção das instituições sociais, com o intuito de se recolher informação relativa à perceção inerente às IPSS’s que dirigem.

SANDRA FELGUEIRAS (PRESIDENTE DA DIREÇÃO DO CENTRO SOCIAL DO SOUTELO)

No âmbito da área de atuação da instituição que dirige, quais as principais motivações para a intervenção social no Município de Gondomar?
Ser um parceiro ativo na construção de uma sociedade integradora, mais justa e solidária.

Contextualizando a intervenção da vossa instituição a um nível concelhio e supraconcelhio, quais considera ser as principais potencialidades?
O Centro Social do Soutelo é uma associação com massa crítica, cujos dirigentes são rotativos e entendem o património institucional como um “bem público” a preservar, ao serviço das gerações presentes e futuras. O seu grupo de trabalhadores comunga a perspetiva da melhoria contínua, nos seus procedimentos e prestação de serviços. Patilha o seu conhecimento e recursos com os parceiros, numa base de ajuda mútua.

Na sua opinião existem constrangimentos à intervenção da vossa instituição? Se sim quais e a que níveis?
O empobrecimento das famílias reflete-se automaticamente na diminuição das suas receitas, colocando em risco a sustentabilidade dos serviços. O poder político autárquico atrasou drasticamente a estratégia da instituição nas respostas sociais para os idosos, não se vislumbrando de momento quando o P2020 poderá remediar a situação.

Perspetivando a intervenção e a atuação da instituição a médio e longo prazo, quais são os vossos principais projetos? De que forma pretendem dinamizá-los?
Desenvolver uma estratégia de intervenção social com os atores sociais e económicos, institucionais, empresariais e públicos, de forma a que as ações de formação com as populações mais pobres e desempregadas não constituam uma panaceia, ficando tudo na mesma. Uma intervenção que não atribua culpas mas que gera compromissos negociados, não aponta o caminho mas apresente escolhas e possibilite o emprego como instrumento de dignificação que suporta a mudança. Uma sociedade mais desenvolvida é uma sociedade menos desigual, seja em termos de bens económicos, como bens culturais, de saúde e sociais.