Câmara Municipal de Gondomar

Centro Social e Paroquial de Baguim quer proporcionar ao idoso melhor qualidade de vida
publicado a 27 de Abril de 2015

A atuação do poder local deve imperar pelo estabelecimento de articulações e sinergias com as várias instituições e entidades localizadas no seu território, tendo uma função facilitadora e parceira no estabelecimento dessas parcerias.

Neste contexto, a Câmara Municipal de Gondomar, no sentido de erigir uma sólida e marcada parceria com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s), entende que os vínculos de proximidade se devem pautar pelo aprofundado conhecimento das dinâmicas das IPSS’s, suas motivações, constrangimentos, potencialidades e perspetivas futuras.

É neste contexto que a cada segunda-feira será publicada uma entrevista com os gestores/Presidentes de Direção das instituições sociais, com o intuito de se recolher informação relativa à perceção inerente às IPSS’s que dirigem.

PADRE LUCINDO SILVA (PRESIDENTE DA DIREÇÃO DO CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL DE BAGUIM DO MONTE)

No âmbito da área de atuação da instituição que dirige, quais as principais motivações para a intervenção social no Município de Gondomar?
Numa freguesia e concelho marcados por uma população tendencialmente envelhecida e, consequentemente, mais dependente, a nossa principal motivação prende-se com o investimento em atividades e serviços que possibilitem satisfazer as necessidades da população idosa, proporcionando-lhes não só cuidados pessoais e de saúde, mas também momentos de lazer e convívio.

Contextualizando a intervenção da vossa instituição a um nível concelhio e supraconcelhio, quais considera ser as principais potencialidades?
Acreditamos que numa sociedade cada vez mais competitiva e “com falta de tempo”, a nossa instituição, através das diferentes respostas sociais de que dispõe, potencia a manutenção da inclusão da pessoa idosa na sociedade, garantindo os seus direitos enquanto cidadãos. Procuramos no nosso dia-a-dia desmistificar a conceção de que os idosos passam a ser uma “subcarga” para a sociedade, enaltecendo que são eles os responsáveis pelos ensinamentos que nós, gerações mais novas, colhemos ao longo da nossa vida. Tudo isto vai ao encontro da nossa missão: proporcionar ao idoso a melhor qualidade de vida, dentro das suas possibilidades e limitações.

Na sua opinião existem constrangimentos à intervenção da vossa Instituição? Se sim quais e a que níveis?
Os constrangimentos que se colocam à nossa intervenção são, sobretudo, financeiros. Como vem acontecendo com outras instituições de solidariedade, a atual conjuntura económica do País também está a colocar em causa a sobrevivência do nosso centro. As situações de alarme social são cada vez em maior número e as IPSS são preferencialmente procuradas como fonte de ajuda. Porém, os recursos humanos e financeiros, já escassos em épocas mais favoráveis, tornam-se insuficientes em tempos de crise para uma resposta eficaz perante o aumento dos pedidos de apoio. Fazemos, assim, um esforço diário muito grande para que não haja rutura nos pagamentos aos nossos colaboradores e fornecedores. É neste contexto que se impõe a redefinição de estratégias de atuação para encontrar alternativas para se responder capazmente àqueles que mais precisam.

Perspetivando a intervenção e a atuação da Instituição a médio e longo prazo, quais são os vossos principais projetos? De que forma pretendem dinamizá-los?
Encontra-se atualmente em discussão entre os órgãos diretivos desta instituição o desenvolvimento de um novo projeto que vá de encontro às necessidades específicas dos nossos utentes. Este projeto consiste em obras de remodelação/adequação das infraestruturas às atuais dependências da nossa população idosa. Perante o aumento significativo das dependências físicas e psíquicas dos nossos utentes sentimos que o edificado não se adequa às suas reais limitações (sobretudo físicas).