Decorreu esta manhã, nos Paços do Concelho, a sessão solene comemorativa do 49º aniversário do 25 de abril de 1974. Mais equidade, melhores serviços públicos, habitação digna e melhores salários foram algumas das mensagens numa cerimónia marcada pela situação social e económica atual.
A sessão solene no salão nobre contou com a presença de todos os partidos com representação política na Assembleia Municipal. Aníbal Lira, Presidente do órgão autárquico deliberativo, referiu a importância de “continuar a lutar pela democracia, pela liberdade e por um país que dê lugar ao bem-estar e à solidariedade”. O representante político enalteceu a “abertura de Portugal ao mundo, ultrapassando fronteiras e quebrando barreiras”.
O Presidente da Câmara Municipal afirmou que “os valores de abril começam a ser postos em causa” pelo populismo e pela demagogia. O autarca reforçou a necessidade de repensar sobre o que queremos para Portugal, tendo sempre como objetivo lutar por um país mais próspero. Marco Martins fez ainda referência ao poder autárquico, destacando a crescente representatividade política nos órgãos locais e a importância de “discutir com princípios, frontalidade, mas sempre com uma postura democrática em prol do cidadão”.
Do lado da Iniciativa Liberal (IL), João Resende Figueiredo destacou a ideia de que “a maior ameaça aos ideais de abril é assumirmos que é uma mensagem que estagnou no tempo”. O deputado falou ainda na necessidade de uma maior participação cívica para “lutar contra os populismos”.
Manuela Carneiro, do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), abordou a necessidade de combater “os interesses que vivem à custa da exaustão dos recursos e a corrupção que amordaça o país”, frisando a necessidade de repensar a luta contra as alterações climáticas.
O deputado do Chega, Nuno Martins, começou por falar nas dificuldades económicas que o país atravessa, referindo que “os jovens não conseguem subir no elevador social”.
Eduarda Ferreira, do Centro Democrático Social (CDS-PP), exprimiu preocupação com a abstenção crescente, afirmando que “não se deve ver a política como carreira, mas como uma forma de servir o país”, apelando à necessidade de cativar os mais jovens para a participação cívica.
Da parte do Bloco de Esquerda (BE), Sara Santos começou por referir que “a liberdade não é negociável”, sendo necessário afastar os discursos de ódio, de forma a apaziguar o bem comum. A deputada mencionou que é necessário relembrar sempre abril para evitar cair em tentações autoritárias de poder.
Paulo Silva, do lado da CDU, começou por deixar um apelo: “cumpra-se abril”. O deputado mencionou que as diversas conquistas que a Revolução dos Cravos trouxe têm sido atacadas, pelo que é imprescindível “continuar a lutar pelos valores do progresso social”.
O grupo municipal do PSD, pela voz de Maribel Fernandes, destacou os direitos conquistados pelas mulheres como um dos traços da Revolução. A deputada fez um apelo para que “se reflita de forma responsável sobre a crise em que Portugal se encontra”, frisando a urgência de apostar em “políticas que promovam acesso a emprego, educação e saúde no país”.
O PS centrou a sua intervenção no “inimigo poderoso” da democracia - a desinformação -, realçando que “a liberdade não está na tinta impressa, mas no exercício democrático do poder e na possibilidade de votar”. Artur Sousa concluiu, afirmando que, mesmo 49 anos depois, a liberdade dos cidadãos não está garantida e que “ainda há muito por fazer”.