Apesar da “explosão de oportunidades” em termos de ensino universitário ocorrida, sobretudo, nos últimos 25 anos, António Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto, está preocupado com as questões do acesso e da sustentabilidade do Ensino Superior. “A quantidade de jovens que acede ao Ensino Superior é baixíssima”, disse, esta noite, na Casa Branca de Gramido, durante a Conferência do 25 de Abril, promovida pelo Município de Gondomar, que integra a programação das comemorações dos 45 anos do 25 de Abril de 1974.
Numa sala repleta, com a presença, entre outros, de Luís Filipe de Araújo, Vice-Presidente da Autarquia, o reitor da Universidade do Porto confessou-se emocionado com as interpretações de pequenos trechos por um ensemble dos “Músicos Geração D’Ouro” e preocupado com o futuro daqueles (e de outros) meninos. É que sendo “um imperativo da República e da Democracia”, o acesso ao Ensino Superior, não conseguimos ainda sair da “discussão na perspetiva mercantilista da Educação”.
“O 25 de Abril foi um dia de festa lá em casa”, em Fânzeres, lembrou António Sousa Pereira, já que isso significava também o fim da guerra para a qual viu partir vizinhos “que regressaram mortos ou estropiados”. Foi “um alívio”.
Na sua intervenção inicial, o reitor da Universidade do Porto partilhou algumas das suas perplexidades e preocupações, como a necessidade de saber validar uma informação, por oposição às chamadas “fake news”, a aquisição de competências e não de conhecimentos, e o impacto da evolução das tecnologias no surgimento de novas profissões e que implicam uma indispensável adequação do Ensino Superior. Tudo de modo a que os jovens não vejam o Ensino Superior como fator de ascensão social, embora tenha admitido que os alunos de famílias com menor capacidade financeira não conseguem aceder aos cursos mais competitivos.