Câmara Municipal de Gondomar

Celebrar e repensar Júlio Resende

São inauguradas, no próximo dia 23, na Fundação Júlio Resende, em Valbom, três mostras inseridas nas celebrações do centenário do nascimento do pintor, natural do Porto e autor de uma obra vastíssima desenvolvida entre os anos 30 do século XX e a primeira década do século XXI.

Na Sala de Exposições Temporários da Fundação Júlio Resende estará patente uma exposição antológica com trabalhos situados entre os anos 1940, momento em que deixa a Escola de Belas Artes do Porto, e o início da década de 1980, e percorre um itinerário em que são evidentes os diversos elementos, plásticos, estéticos e culturais que definem uma produção diversa e coerente. As obras selecionadas para a exposição correspondem a trabalhos emblemáticos do percurso de Júlio Resende e, simultaneamente, peças maiores da arte portuguesa, cedidos por colecionadores particulares e instituições nacionais.

Já na Sala do Acervo da Fundação estará a mostra Linha do Tempo, que seleciona desenhos que caraterizam diferentes momentos do pensamento plástico de Júlio Resende, da coleção do Lugar do Desenho.

Destaque, também, para a Evocação na Casa-Atelier Júlio Resende. Para que a casa não fosse apenas uma casa museu, decidiu o Lugar do Desenho organizar pequenas exposições íntimas focando aspetos da vida de Resende e procurando mostrar material, de preferência, pouco conhecido ou inédito.

Júlio Resende (1917-2011)
Júlio Resende (1917-2011) concluiu a formação em Pintura, no ano de 1945, na Escola de Belas Artes do Porto, onde seria docente entre 1958 e 1987. Realizou inúmeras exposições no país e no estrangeiro, tendo iniciado, em 1934, a participação em exposições coletivas e um trajeto individual em 1943.

Ao longo da sua carreira, foi distinguido com relevantes prémios: Prémio Armando Basto (1945), Amadeo Sousa Cardoso (1949), António Carneiro (1953), todos atribuídos pelo SNI; Prémio do Salão dos Artistas de Hoje (1956); Prémio Especial na Bienal de S. Paulo (1951); Menção Honrosa na 5ª Bienal de S. Paulo e 2º Prémio Pintura na I Exposição de Artes Plásticas FCG (1957); Prémio AICA – SEC (1984) Prémio Aquisição 1987 da Academia Nacional de Belas Artes (1988); Prémio de Artes Casino da Póvoa (2008).

Sobre a sua produção debruçaram-se os principais críticos e historiadores de arte portugueses (Adriano de Gusmão, Flórido Vasconcelos, Fernando Guedes, Mário Dionísio, Roberto Nobre, José-Augusto França, Fernando Pernes, Rui Mário Gonçalves, Joaquim Matos Chaves, Maria João Fernandes, José Luís Porfírio, Bernardo Pinto de Almeida e Laura Castro), mas também importantes escritores e poetas (Vergílio Ferreira, Eugénio de Andrade, José Manuel Mendes e Vergílio Alberto Vieira, entre outros).