Uso indevido da imagem do coração de filigrana
publicado a 20 de Fevereiro de 2019
A imagem utilizada pelo Município de Gondomar em vários materiais de promoção turística e da Rota da Filigrana – um coração de filigrana – tem sido alvo de utilização abusiva e ilegítima em situações esporádicas, sendo também, por vezes, utilizada informação escrita relativa à filigrana de Gondomar como se se adequasse a outras peças da ourivesaria portuguesa.
Por forma a que se elucide quem possa estar interessado, esclarece-se que:
- A filigrana, produção emblemática da ourivesaria artesanal tradicional, tem em Portugal um território fértil e com uma história antiga, sendo Gondomar um dos seus núcleos de produção por excelência.
- Quer pela longa presença mineira de ouro, quer pela afirmação mais recente (a partir do século XVIII), Gondomar tem-se afirmado como um centro de produção de ourivesaria e, especificamente, da peculiar técnica artesanal de filigrana.
- Toda a filigrana produzida em Portugal desenvolve-se de uma forma tradicionalista. Mesmo as produções contemporâneas procuram inspiração na tradição, em termos de decoração, formas e modelos, a par de linhas harmoniosas e curvas.
- Por questões identitárias e técnicas, a filigrana apenas utiliza o ouro e a prata, metais preciosos que se compadecem com elaborada, difícil, minuciosa e complexa técnica. Nos trabalhos, os fios de ouro e/ou de prata têm de ser finos, com a espessura máxima de 0,22 milímetros.
- Do ponto de vista técnico, a filigrana é uma técnica de ourivesaria que assenta no trabalho artesanal, que utiliza fios de ouro ou prata finíssimos, torcidos dois a dois e achatados/espalmados, aplicados numa armação previamente definida e elaborada. E é o trabalho manual que a distingue e diferencia da produção de ourivesaria massificada.
- Precisamente com o propósito de valorizar a técnica artesanal da filigrana, os Municípios de Gondomar e da Póvoa de Lanhoso implementaram, em julho do ano passado, o processo de certificação da Filigrana de Portugal.